BRASIL SOB ATAQUE FASCISTA – Enfoque #84 com DANIEL BARROS

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Num episódio impactante do programa “Enfoque“, recebemos Daniel Barros, um polícia antifascista com uma trajetória notável. Alagoano, engenheiro agrónomo, escritor premiado e especialista em segurança pública, Barros partilhou as suas perspetivas sobre o crescimento do fascismo no Brasil, a situação alarmante da segurança pública e o papel crucial das forças polícia antifascista na defesa da democracia.

O Início do Movimento Antifascista e a Articulação Global:

Barros revelou que o movimento policial antifascista no Brasil, articulado em todo o território nacional, surgiu em resposta ao crescimento da extrema-direita no país e no mundo. Ele destacou a importância de uma polícia cidadã, que sirva a sociedade e não seja apenas um instrumento de repressão.

O Governo Bolsonaro e o Retrocesso na Segurança Pública:

Daniel Barros criticou duramente o governo Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente maltratou as forças de segurança, especialmente as polícias judiciárias. Ele acusou Bolsonaro de fortalecer as milícias e promover a impunidade, vetando projetos de reestruturação policial e prejudicando o trabalho das polícias investigativas.

A Relação de Bolsonaro com as Milícias e o Aumento da Violência:

Barros expôs a ligação de Bolsonaro com as milícias, citando o caso do miliciano Adriano da Nóbrega e a condecoração de polícias envolvidos em crimes. Ele também criticou a política armamentista do governo, que resultou num aumento alarmante da violência e de acidentes com armas de fogo.

O Descontrole na Venda de Armas e a Necessidade de Revisão:

O polícia antifascista alertou para o descontrole na venda de armas, que colocou mais armamento nas mãos de civis do que nas próprias forças de segurança. Ele defendeu uma revisão urgente dessa política, com um endurecimento das regras e um maior controlo sobre a compra e o porte de armas.

As Características do Fascismo no Brasil e a Crítica ao Governo Bolsonaro:

Barros rebateu as críticas de que o governo Bolsonaro não seria fascista, argumentando que o ex-presidente cultivou o culto à personalidade, mobilizou as massas e utilizou as forças de segurança para defender o seu modelo de governo. Ele destacou a necessidade de resgatar as forças de segurança para que sirvam o Estado e a democracia, e não a governos específicos.

A Urgência da Desmilitarização da Polícia e da Reforma na Formação Policial:

Daniel Barros defendeu a desmilitarização da polícia e a reforma na formação policial, com a inclusão de disciplinas de direitos humanos e sociologia nas academias de polícia. Ele propôs a criação de um perfil nacional de polícia cidadão, que respeite a comunidade e proteja a democracia.

O Controlo da Polícia e a Necessidade de Participação da Comunidade:

Barros criticou a falta de controlo sobre a polícia, especialmente nos casos de omissão em ações contra o terrorismo e o vandalismo. Ele defendeu a criação de conselhos superiores de polícia com a participação de todas as categorias policiais e da sociedade civil, para garantir a transparência e a responsabilidade das forças de segurança.

A Convergência de Pautas dos Polícias Antifascistas no Mundo:

Daniel Barros revelou que polícias antifascistas de 17 países estão em contacto, trocando experiências e pautas comuns, como a formação policial e a defesa dos direitos humanos. Ele destacou a importância dessa articulação global para fortalecer a luta contra o fascismo e a violência policial.

 

A entrevista com Daniel Barros no programa “Enfoque” trouxe à tona debates cruciais sobre segurança pública, fascismo e o papel da polícia no Brasil. As suas análises e propostas apontam para a necessidade urgente de reformas profundas nas forças de segurança, com foco na formação policial, no controlo do armamento e na participação da sociedade civil.

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